quinta-feira, 28 de junho de 2012

Acasos da vida.

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 Eu a vi de longe parecia desesperada, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, ela havia chamado a minha atenção isso era inegável, meus pensamentos começaram a oscilar se eu iria ou não lá, mas no fundo do meu coração algo me chamava eu comecei a me aproximar e observar a menina.
  Ao seu redor parecia ter uma névoa de tristeza, nervoso, ódio, suas lágrimas não saiam como de alguém que estava triste e sim alguém que estava derrotado, fiz várias histórias para aquela menina de uma decepção amorosa até a morte de um ente querido, mas enquanto isso ela ficava lá naquela calçada suja após um dia na movimentada cidade, foi quando ela socou o chão e chorava mais... Então era raiva o que sentia talvez um turbilhão de sentimentos misturados, as pessoas passavam em meio à correria contínua do dia-dia e umas olhavam com aversão e a maioria passava com curiosidade, mas ninguém parava fiquei vendo de longe... Será que ninguém seria humano suficiente para ir lá e dar uma palavra de consolo?  
   Olhei para o relógio havia cerca de 7 minutos que eu estava ali estagnada olhando para a menina de cabelo diferente amarrado e uns fios saindo pela sua presilha de cor roxa, como posso ver eu já sabia sua roupa de cor, seu jeito e quando me dei conta de toda a situação eu estava sendo tão hipócrita. Se havia alguém para ajudá-la, porque não eu que estava ali?  Certamente eu não a conhecia, mas isso de fato era um problema? Havia um coração nela assim como o meu, as lágrimas dela poderiam ser enxugadas pelas minhas mãos, mesmo ela sendo um pouco áspera, porque não fazer isso? Era o meu eu lutando contra mim mesma, eu pensava: O que as pessoas vão pensar de mim? Sentada em uma calçada conversando com uma menina estranha e desesperada? Olha como as pessoas olham para ela, eu não quero que me vejam do mesmo jeito. Não consegui segurar o que havia dentro de mim, comecei a chorar porque eu estava nua, digo sem nenhuma máscara então de mansinho cheguei perto da moça da calçada.
    Vencendo meu eu, tirando a hipocrisia, nua me encontrei como eu era na verdade, não maior que ninguém, não soberana aquela garota que estava no chão. Agora sujeito a julgamentos eu também estava, não somente narradora agora personagem eu era, pensei em lhe dizer palavras bonitas, mas percebi que mais uma vez eu tentava ter algum holofote ou créditos em um filme importante dizendo que houve participação especial, senti meu ego tentando ser aplaudido por uma multidão, permaneci em silêncio. Não havia maior ou menor ali nós éramos iguais, agora era ela que me olhava estranho e sem dizer alguma palavra eu a abracei.  
     Suas lágrimas foram ficando diferente, aquilo foi estranho, mas eu pude sentir a sua dor e a diferença do choro, não era mais algo desesperador, mas nos mantemos em silêncio. As vezes o que precisamos não passa de um abraço, amigo, sem esperar nada em troca, apenas um abraço puro. Doe abraços, mude vidas.

Abraços,  @nicksfun
(Obrigada  Espírito Santo.) 


4 comentários:

  1. Linda historia as vezes um gesto de amor vale mais do que palavras que Deus continue te abençoando Nics

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  2. É tão estranho como tudo o que fazemos, fazemos sempre para nos sentirmos superiores. Mas é claro que, superior mesmo, é quem consegue ajudar o próximo sem precisar de holofotes, sem precisar ser reconhecido. Superior mesmo, é quem faz esse tipo de coisa apenas por amor. Que texto mais lindo! Quase me arrancou lágrimas.

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